Avenida Almirante Gago Coutinho: uma artéria com história

Com localização privilegiada entre o centro de Lisboa e o Aeroporto Humberto Delgado, a Avenida Almirante Gago Coutinho apresenta-se, ainda hoje, como uma das artérias mais emblemáticas da cidade.

O facto de, nas últimas décadas, as moradias que anteriormente ali tinham um caráter habitacional, estarem a ser transformadas, sobretudo, em sedes de empresas, ordens profissionais, entre outros serviços, é demonstrativo da importância atribuída a esta avenida.

Se, atualmente, se encontra à procura de um espaço magnífico nesta zona de Lisboa, apresentamos-lhe esta Moradia T6, de construção inicial do final dos anos 50. Um fantástico imóvel que vai querer conhecer pessoalmente!

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Mas, mais do que emblemática, a Avenida Almirante Gago Coutinho tem também uma história, que foi acompanhando o crescimento da cidade de Lisboa, e que nem todos conhecem.

Tudo começou em 1942, com a inauguração do aeroporto para a cidade, batizado de Aeroporto da Portela de Sacavém (em 2016, adquiriu a denominação oficial de Aeroporto Humberto Delgado).

Naquela altura, esta artéria que ligava ao aeroporto ainda não tinha nome, e até à década de 50 foi apenas conhecida como “prolongamento da Avenida Almirante Reis” ou, como alguns referiam, “entre a Portela e o Areeiro”.

Prolongamento da Avenida Almirante Reis | Foto: Direitos Reservados, in Timeout.pt

E foi assim chamada desde os anos 40 até meados da década de 50, até que em 1956 passou a ser oficialmente designada como Avenida do Aeroporto.

A Avenida do Aeroporto nos anos 50 do séc. XX | Foto: Mário de Oliveira, Arquivo Municipal de Lisboa

O Almirante Gago Coutinho* morreu três anos depois, em 1959, e em janeiro de 1960, a Câmara Municipal de Lisboa decidiu homenageá-lo dando o seu nome à Avenida do Aeroporto.

Já no final de 1989, a Avenida Almirante Gago Coutinho viu reduzida a sua dimensão, uma vez que o troço desta artéria compreendido entre a Praça do Aeroporto e o Edifício do Aeroporto de Lisboa passou a denominar-se Alameda das Comunidades Portuguesas.

Certo é que, outrora zona habitacional de excelência e considerada como uma das mais bonitas de Lisboa, ao longo de meio século, a Avenida Almirante Gago Coutinho foi sendo ladeada por luxuosas moradias desenhadas por reputados portugueses arquitetos e residência de famílias abastadas.

Avenida Almirante Gago Coutinho nos dias de hoje – freguesias do Areeiro e de Alvalade

Já em anos mais recentes, fruto da importância reconhecida desta artéria para a cidade de Lisboa, tem vindo a ser alvo de um forte investimento não só em termos de mobilidade e reordenamento dos espaços públicos (em particular, estacionamento e áreas pedonais), como algumas moradias têm vindo a ser recuperadas para aí se instalarem sedes de grandes empresas, escolas e colégios, entre outros serviços.

Hoje, poder-se-á dizer que, uma nova vida está a regressar a esta importante porta de entrada da cidade. A Avenida Almirante Gago Coutinho é, de facto, uma zona única na cidade de Lisboa onde é possível desfrutar da conveniência da excelente localização, cercada por todas a comodidades urbanas, com excelentes acessos e transportes públicos.

A Avenida Almirante Gago Coutinho é ideal para quem procura viver num ambiente calmo, de conforto e requinte, envolvido de espaços verdes, mas ao mesmo tempo muito central.

* Quem foi o Almirante Gago Coutinho?

Almirante Gago Coutinho | Foto: Direitos Reservados, in ccm.marinha.pt

Carlos Alberto Viegas Gago Coutinho, registado na lisboeta freguesia de Belém, como tendo nascido a 17 de fevereiro de 1869 e que, durante largo tempo viveu na Madragoa, foi um almirante da Marinha Portuguesa, geógrafo e cartógrafo que fez também incursões na História Náutica a partir de 1925, que se notabilizou como pioneiro da aviação, sobretudo por ter realizado com Sacadura Cabral a primeira travessia aérea do Atlântico Sul, entre Lisboa e o Rio de Janeiro, de 30 de março a 17 de junho de 1922, no hidroavião Lusitânia.

A partir de 1917, incentivado por Sacadura Cabral que, entretanto, conhecera em Moçambique, tentou adaptar à aeronavegação os processos e instrumentos de navegação marítima, tendo criado em 1919 o famoso sextante de bolha artificial que ostenta o seu nome, comercializado pela alemã Plath. E foi para testar essas ferramentas de navegação aérea que Sacadura Cabral e Gago Coutinho realizaram em 1921 a travessia aérea Lisboa-Funchal.

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