
O acesso à habitação continua a ser uma das maiores preocupações da população jovem em Portugal. No entanto, os dados mais recentes do Banco de Portugal revelam uma tendência positiva: em 2024, 43% das pessoas que contrataram crédito habitação própria permanente tinham até 35 anos. Este número representa um aumento de dois pontos percentuais face a 2023, quando a percentagem era de 41%.
Este crescimento está, em parte, relacionado com o conjunto de medidas implementadas recentemente para facilitar o acesso dos jovens ao mercado imobiliário. Entre estas, destaca-se a isenção de IMT Jovem e Imposto de Selo na compra da primeira habitação própria e permanente por pessoas até aos 35 anos. Já em 2024, entrou em vigor uma nova garantia pública no crédito habitação para jovens, o que reforçou ainda mais o apoio a este grupo etário.
Crédito habitação: mais acessível, mas ainda com limites…
Segundo o regulador bancário, este ano foram celebrados cerca de 90 mil contratos de crédito habitação própria permanente, envolvendo 138 mil pessoas – um crescimento de 32% face ao ano anterior. Um dado curioso é que metade dos créditos contratados tinham um valor igual ou inferior a 130 mil euros, enquanto apenas 5% superavam os 300 mil euros.
Este número mostra que, apesar dos incentivos, o montante médio continua relativamente modesto, refletindo o desafio que muitos enfrentam para adquirir casa, especialmente nas grandes áreas urbanas.
Quem são os novos devedores?
De acordo com os dados do Banco de Portugal, 80% das pessoas que contraíram crédito à habitação trabalham por conta de outrem e 53% têm ensino superior. Em termos geográficos, 22% residem na Grande Lisboa e 18% na Área Metropolitana do Porto, as zonas onde os preços das casas tendem a ser mais elevados e onde a procura é maior.
A análise do BdP incide sobre o chamado crédito à habitação própria permanente, ou seja, contratos para aquisição, construção ou obras em imóveis destinados a residência principal do proprietário e do seu agregado familiar.

E quanto aos estrangeiros?
No segmento de “outro crédito à habitação” – destinado a habitação secundária, arrendamento ou aquisição de terrenos – destaca-se o papel crescente dos devedores estrangeiros. Em 2024, 30% dos devedores neste tipo de crédito eram estrangeiros, sendo principalmente do Brasil (15%), Estados Unidos (14%) e Angola (13%).
Apesar disso, o peso dos estrangeiros no total do montante de crédito concedido neste segmento baixou para 45%, comparando com os 50% de 2023.
Crédito total: números impressionantes!
Em 2024, o sistema bancário português registou um total de 2,2 milhões de novos contratos de crédito, abrangendo 1,7 milhões de pessoas, num montante global de 29 mil milhões de euros. No caso específico do crédito pessoal, mais de 590 mil pessoas contraíram empréstimos, sendo que metade dos contratos não ultrapassou os 3.500 euros.
O peso dos estrangeiros nos novos contratos de crédito voltou a subir, de 13% em 2023 para 14% em 2024, sendo que metade dos devedores estrangeiros tinha nacionalidade brasileira.
Conclusão:
A crescente adesão dos jovens ao crédito habitação em 2024 evidencia o impacto positivo das medidas de apoio ao acesso à habitação. Ainda que os valores médios de crédito continuem modestos, os dados revelam um maior dinamismo e inclusão no mercado. Com políticas públicas adequadas, Portugal pode continuar a fomentar o acesso à habitação de forma mais justa e equilibrada.
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