
O mercado imobiliário português tem assistido a uma transformação significativa nos últimos anos, marcada por uma alternância entre a preferência pela compra e pelo arrendamento de habitações. Recentemente, observou-se uma inversão desta tendência, com a compra de casas a recuperar terreno face ao arrendamento.
Evolução recente: da compra ao arrendamento e vice-versa
No início de 2024, o mercado de arrendamento ganhou destaque, representando mais de 40% dos contratos celebrados, atingindo um pico de 44% com mais de 26.000 contratos de arrendamento. Este fenómeno deveu-se, em grande parte, aos elevados juros nos empréstimos à habitação, que desencorajaram a compra de imóveis.
Contudo, no verão de 2024, registou-se uma mudança: os contratos de arrendamento diminuíram para 23.684, enquanto as transações de compra de casas aumentaram para 40.909, representando 63% do total de contratos.
Fatores que influenciaram a mudança
Vários fatores contribuíram para esta inversão de tendência:
- Cultura de propriedade: A tradição portuguesa de valorização da propriedade imobiliária continua a influenciar as decisões de habitação.
- Condições económicas favoráveis: A descida das taxas de juro, a estabilização da inflação em torno de 2% e um mercado de trabalho robusto criaram um ambiente propício à aquisição de imóveis.
- Incentivos governamentais: Medidas como a isenção do Imposto Municipal sobre Transmissões Onerosas de Imóveis (IMT) para jovens facilitaram o acesso à compra de habitação.
Impacto nos preços e na oferta
Esta dinâmica teve repercussões nos preços e na oferta de habitação:
- Aumento dos Preços: A procura acrescida, aliada à oferta limitada, levou os preços das casas a atingirem máximos históricos, com valores medianos superiores a 2.800 euros/m².
- Oferta Limitada: A disponibilidade de imóveis para venda manteve-se estável em níveis reduzidos desde 2022, enquanto a oferta para arrendamento, embora tenha aumentado, permanece inferior a 1% do parque habitacional existente.~
Perspetivas futuras
Espera-se que a tendência de valorização dos imóveis se mantenha, especialmente nas áreas metropolitanas de Lisboa e Porto, onde a procura supera significativamente a oferta. A continuidade de políticas de incentivo à compra, aliada a condições económicas favoráveis, poderá consolidar esta preferência pela aquisição de habitação em detrimento do arrendamento.

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A recente inversão na preferência entre arrendamento e compra de habitação em Portugal reflete a resiliência do mercado imobiliário nacional e a capacidade de adaptação dos portugueses às condições económicas e às políticas públicas vigentes.
Para os profissionais do setor imobiliário, é crucial acompanhar estas tendências e ajustar as estratégias de mercado para responder eficazmente às necessidades e expectativas dos clientes.
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